23 de agosto de 2007

TUDO NESSA VIDA É PASSAGEIRO

Boi Zé, passageiros. Poucas pessoas sabem, mas já fui COBRADOR DE ÔNIBUS, também chamado por alguns de TROCADOR, que em tucanês é AUXILIAR DE EMBARQUE. Isso foi na cidade marabichosa, o HELL DE JANEURA, no remoto SÉCULO PASSADO. Fiquei apenas três meses, pois logo depois fui chamado pra trabalhar nos CORREIOS devido ao maldito concurso que prestei. Mas isso é outra estória. Foi o bastante pra render um post aqui, anos depois.


-faz parte desse ofício registrar B.O nas D.P's...

Trabalhei na linha 239 da Viação Verdun, que fazia o itinerário ÁGUA SANTA (sim, o presídio!) até a PÇA 15. Para ser admitido tive que fazer exames de saúde, de matemática e até um TESTE PSICODÉLICO. Era um trabalho sujo, mas alguém tinha que fazê-lo. Ao contrário do que é em BELÉM/PA, terra do Calypso & Jader Barbalho. Lá cobrador de ônibus é uma profissão GLAMOUROSA, pois sempre estão com alguma PIVETA dando mole, a máfia da MEIA-PASSAGEM ESTUDANTIL e tal.

No ÉRREJOTA é diferente, usa-se um uniforme: calça preta e camisa azul de botão com toalhinha presa com clips no colarinho, pra não sujar de CARACA DO CANGOTE. A classe rodoviária é chamada de LEÃO, uma daquelas pessoas INVISÍVEIS, tipo servente, vigilante ou estagiário de publicidade. Lembro de alguns episódios bizarros, e vou reportar um deles aqui. Uia:

COLOSTOMIA DE MENDIGO


-uma CELEBRIDADE colostomizada.

Quando o CARRO (ônibus no jargão rodoviário) passava na tijuca, ali pela Haddock Lôbo, sempre tinha mendigo querendo entrar. Eu barrava sumariamente (sempre fui bom nisso) e pedia pro PILOTO fechar a porta de trás (nesse tempo entrava por trás saia pela frente). Numa dessas dei mole, e um mendigo entrou. Logo pedi pro MOTÓRA fechar a porta, enquanto desferia um SOLÃO DE PÉ no meio dos peitos do indigente, BUMFIGHT. Só que a criatura ficou presa na porta. E pro meu azar, ESGUICHOU um líquido viscoso de seu abdômen, COLORAÇÃO CÁQUI, uma parte no meu tornozelo (meia social) e GRANDE PARTE nas escadas do BURZUM. Pelo retrovisor o meu CALÉGA assistia e abriu a porta pro mendigo sair/cair e fechou novamente, arrancando dali. Muito humano.

Foi quando percebi pelo BUQUÊ que aquele líquido era MERDA MOLE, e da pior qualidade, ácida & espumante. O POBRE-DIABO tinha uma SONDA INTESTINAL ou sei lá o quê. Tivemos que RENDER O CARRO (cancelar a viagem)e passar num posto de gasolina com PISTOLA HIDRÁULICA. Limpei tudo. A meia do pé esquerdo joguei fora. Ao relatar o ocorrido ao Fiscal de Linha, ele GARGALHOU e disse: “...deu mole, mas pega nada não, CHÓQUI(gíria da época), só que vão te zoar PRACARÁLEO daqui pra frente".
E assim foi, LIMPA-BOSTA.

*em breve talvez outro episódio desses, o da MULHER NUA.

E é.