4 de janeiro de 2009

Andando na rua Maria Quitéria

Eram onze e pouco da noite, tudo se encaminhava para mais uma noite normal no Rio de Janeiro. Iria para um bar no bairro do Flamengo para encontrar meus primos. Quando simplesmente conheci o senhor Afonso e seu parceiro Teixeira, que me propiciaram o mais perigoso e destemido esporte radical. Mais perigoso que saltar de pára-quedas, ou voar de asa delta, mais adrenalina que saltar de bungee jump. Esse esporte existe apenas no Rio de Janeiro e é chamado Extorsão ao Turista.
Como ele funciona, basta você ser turista, se parecer gringo e claro estar de posse de um simples e cheiroso “joint”.

Você é a abordado e então:


- Ou Ou... vem aqui... tu é de fora?

- Pois não, boa noite... Não senhor, não sou do Rio não.
- Isso é uma geral rapaz, passa tudo ai.
- Mas como assim meu senhor? Qual é o problema?
- Olha só, entra na viatura que já achei o que eu queria, você quer tratamento vip?
- Entra logo na viatura, vai pra DP agora.

Logicamente, entrei em cana... OK, me fudi... puta merda, pra que estar com um joint indo pra praia e fazer fumaça esperando o taxi com meus primos...


Dentro da viatura:


- Rapaz, o negocio é o seguinte... vamos facilitar as coisas pra você, quanto você tem ai?

- Senhor, tenho 150 moedinhas...
- Fala sério rapaz, diz logo quanto você tem ai, ou você não quer tratamento VIP?
- Que isso senhor, esse é o único dinheiro que tenho.
- Então faz o seguinte, escolhe se você quer ir ao banco ou para DP.
- Anda logo, que a DP está chegando...
- Claro senhor, vamos ao banco.
- Diz a senha e as letras ae rapaz...

A viatura para, o senhor Afonso calmante entra no banco e tenta realizar um saque mas volta muito nervoso, pois não havia um puto no banco.


- Rapaz, você não quer tratamento VIP, vamos agora pra DP.

- Que isso senhor, vamos resolver isso direito... afinal isso é apenas um joint.
- Com quem você está aqui? Liga e resolve... agente não esta se sentindo agradado com essa pouca merda que tu tem ai.
- Que isso senhor, alivia a minha, to quebrado de grana, ninguém pode me salvar não.
- Quero mais 200, se vira.

Então claro que eu me viro... ou vou pra DP??


- Alô, olha só estou com um problema e será que você poderia me ajudar?

- Como assim? Problema? O que houve?
- Então, na verdade é que estou precisando de um dinheiro agora, para poder terminar a noite tranqüilo, me entendeu?
- Não, não entendi, o que você está falando???
- Então, sabe aquele joint?
- PUTZ... entendi. Porra, merda, como assim ???? Como pode, você acabou de descer não tem 15 minutos.
- Pois é, me salva, desce ai que agente está chegando

Dinheiro entregue:


- Rapaz, agente vai te deixar na praia ok? Para não ficar feio pra ti, ai agente está pensando em até lhe devolver esse seu joint.

- Viu assim é tratamento VIP rapaz, agente não te esculachou, agente te tratou bem, demo uma volta bacana, você ficou com seu joint ainda pra fumar na praia.
- É rapaz, agora desce logo que agente tem que trabalhar.

E assim começa, ou acaba mais uma noite aqui no Rio de Janeio.
Tentei guardar o numero da viatura, mas não me recordo direito... acho que era 52-3204, mas posso estar enganado, pois a adrenalina do esporte foi tão intensa que esse PEQUENO detalhe pode ter passado desapercebido.

Sábado, dia 03 de janeiro, entre as 23:20 e 00:00.